terça-feira, 25 de julho de 2017

A Arte de Distribuir Flyers


Acabada a fase de pobreza que normalmente acompanha a vida universitária, inicia-se a fase de pobreza causada pela chegada do Verão, que implica a presença em festivais, álcool, jantares com os amigos, álcool, night outs, entre outros e mais álcool. Claro que sem fonte de rendimento própria, uma pessoa tem de se fazer à vida e tentar sacar um dinheirinho em qualquer lado, sem ser a ir roubar à carteira dos pais. Um vez que nem o Continente, nem a Primark me quiseram como funcionária em part-time no período do ano lectivo ou após o mesmo (juro que ainda estou para perceber o motivo!), tenho-me dedicado à humilde tarefa de distribuir flyers. Na segunda-feira passada fui fazer um trabalho em que caminhei durante oito horas a levar com nortada na fronha e pessoas a perguntar constantemente onde era a feira de Espinho. O engraçado disto é que 90% da população deve pensar que acordei e pensei "Foda-se! É segunda-feira, estou de férias, não tenho nada mais interessante para fazer,  os meus amigos estão na piscina mas caguei... opa que sa foda! Bota andar pela beira mar com 40 kg de panfletos nas costas, mais 20 kg na mão, acompanhada por um tornado que quase faz os barcos voarem e o esporão da Baía deixar de ser um esporão, só porque sim!". Como devem imaginar, faço isto porque adoro mesmo chegar ao final do dia com as pernas a doer tanto quanto se tivesse feito 24h seguidas de BB Brasil ou fosse um desejo de vida usar Voltarem gel aos 21 anos. Enquanto fazia o trabalho que é claramente de sonho, motivada pela cadeira top que ia comprar para o Vodafone Paredes de Coura #pobremesmo (não me julguem! Quem já foi sabe o quão lixado é não ter onde apoiar as costas no campismo), comecei a lembrar-me da quantidade de situações caricatas que já passei a fazer este tipo de trabalho, e que tenho a certeza que já aconteceu à elevada quantidade de pessoas que também não tiveram a sorte de nascer com o cu virado para o sol, e por esse mesmo motivo também distribuem flyers nos tempos livres. Desta forma achei que valia a pena fazer um top 5 com as cinco melhores situações que me fazem amar pessoas e odiar animais bonitos e fofinhos.

1. Pessoal que partilha a minha faixa etária e me torce o nariz!

Não dá para compreender! Estes deviam ir aprender o significado de entreajuda. É a única coisa que me atrevo a comentar sobre este tópico.

2. Pessoas que ficam a olhar para mim como se lhes estivesse a oferecer um alien!

Quem me dera ser assim tão fixe!
Esta é aquela pessoa que não reage, apenas fica especada a olhar como se estivesse a ter o maior delay mental: "Oh meu deus! É uma pessoa? O que é um flyer? Jesus é realidade ou mito? Papel? O que é um papel? Será que se eu pegar no que este ser me quer dar vou morrer?". Escusado será dizer que não aceita o flyer.

3. Pessoas que simplesmente não respondem, não olham e parecem criaturas sem vida!

Como não simpatizar com aquelas pessoas, em que estás a 10 cm delas e dizes "Bom dia! Posso entregar-lhe um flyer?" e te ignoram? Nestes casos repito uma segunda vez porque pronto, a pessoa pode ter problemas de audição ou algo do género, então quero dar uma segunda hipótese antes de a colocar no meu ciclo do ódio, mas não... passa-se que a pessoa é só otária. Prefere fingir que não existes quando na realidade lhe estás quase a espetar o flyer  na cara com a mensagem subliminar "hello??!! Estou aqui!", do que dizer um simples "não, obrigada!". Apenas desejo que por algum motivo fiquem mesmo mudas, cegas e surdas.

4. "Menina, não lhe vou aceitar o panfleto só porque ganha à comissão!"

Esta situação aconteceu exactamente esta segunda-feira e foi o que desencadeou a minha vontade de falar sobre o assunto. Em primeiro lugar, amo o facto das pessoas saberem mais do que eu! Pelos vistos ganho à comissão e nem sabia... Em segundo, o mundo está cheio de boa gente! É que se eu ganhasse à comissão, o senhor claramente queria ver-me bem na vida e ajudar-me a fazer algum dinheiro. Pessoas que me aquecem o coração! 💗

5. Tentativa de atropelamento!

Alto da Maia ❤ Mais precisamente zona junto das bombas de gasolina! ❤
Existem pessoas que sofrem pesadas diarreias mentais e depois existem outras piores que acham boa ideia tentar atropelar trabalhadores por diversão e ainda se rirem a seguir. O melhor desta situação é que se eu não tivesse corrido, tinha mesmo acabado debaixo do carro. O homem estava na sua viatura com a mulher e filhos a sair do parque de estacionamento de um restaurante, vê que estou ali, abranda inicialmente porque sabe que vou passar à frente dele, ri-se e acelera! Ainda bem que a minha corrida  e cara de pânico lhes proporcionou uns bons momentos de riso. Nesse dia até dormi melhor ao saber isso!




Claro que também há pessoas muito boas e que são umas docinhas! No entanto, são apenas 10%.

Espero que tenham gostado! Partilhem aí as vossas dores! Beijos e abraços,

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